terça-feira, 14 de janeiro de 2014



Se o Faustão tivesse Facebook, ele sentiria orgulho da sabedoria que transmite do Domingão. A juventude brasileira desligou a TV aos domingos pra despejar merda na internet a semana toda.

O que já se teorizou sobre os rolezinhos dá impressão de que são compostos por teóricos do socialismo científico. Tipo o artista consagrado que solta um pum e é interpretado como um protesto contra floriculturas multinacionais.

Rolezinho é zoeira. Um multiplayer extended version 4.0 de se tocar a campainha e sair correndo. Zerar é rir da cara de assustado dos outros. Num país que pariu arrastões funciona que é uma beleza.

Interessante é que tem rolezinho todo dia no Shopping Castanheira e ninguém fala nada.

Deve ser divertido pra caramba participar. E uma tortura psicológica estar no outro lado. Os moleques deram cheque mate: ou os caras ignoram (deixam os consumidores apavorados, de vez em quando); ou agem de forma estabanada, como ocorreu. Uma reação era necessária, mas filtrar melanina na porta do shopping provavelmente não foi a melhor opção.



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Também já dei meus rolês. Ainda criança, integrei o coral para o Caganalata. Ele era um sem-teto que usava o terreno baldio - vizinho ao meu prédio - pra esvaziar as entranhas intestinais. Legal que não fazia o cocô no mato; o cara se preocupava em acondicionar seu subproduto alimentar num recipiente metálico, daí o apelido. Só que, devido a nossa interrupção sonora (berros de "EI CAGANALAAATA!"), nem sempre seu o procedimento era concluído com êxito.

Como se já não bastasse a miséria, o coitado não tinha paz nem pra cagar. Se fosse hoje, então, a fabricação de torpedo dele estaria no Youtube. Mas a gente cresce e percebe que não precisa sacanear outros pra se divertir.

Seu sei que nessa idade ninguém é santo, mas o rolezinho pelo menos assusta barões. Já eu, carrego o sentimento de culpa de forçar o corte prematuro do rabo do macaco de um mendigo. 

Então, por favor me ajudem a achar o Caganalata. Compartilhem este post, vai que ele se deu bem e hoje tem Facebook.

Me ajudem a levar essa mensagem de carinho.

Caganalata, nós amamos você.

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