quinta-feira, 17 de novembro de 2011

POLÊMICA: apanhei da turma do SIM

Campanha do SIM fuçando meu Twitter



Me sinto como um médico que cai de para-quedas no fogo cruzado entre franceses e russos em plena Moscou de 1814. Naquela época tinha para-quedas? Não interessa, só sei que foi assim.

Mas, resistindo a tentação dos gracejos, foi incrível ver que fui atacado pelos partidários da criação do estado de Tapajós, por conta de uma matéria que escrevi para o Portal Terra. Eu me limitei a descrever aqui o desagrado que causou a opinião de Paulo Henrique Amorim, veiculada na propaganda política do SIM, mas fui escrachado aqui, como se eu fosse um antirrevolucionário em plena Paris de 1789 (adoro datas históricas né?).

O texto é surreal. A começar por superestimar minha importância, dizendo que usei minha "influência para atacar nacionalmente, em uma matéria totalmente tendenciosa". Também é pura viagem dizer que eu incito ódio entre os dois lados da campanha. Já o significado de "isonomia da imprensa" eu não consegui decifrar.

Stalkearam-me, para intimidação. Eu rio só de imaginar os caras procurando alguma opinião séria minha aqui no blog e no meu twitter, não encontrando e pensando "putz, esse cara só fala merda". 

Confesso que, logo de cara, fiquei meio assustado pensando se não tinha escrito alguma besteira. Mas em questão de segundos vi que os ataques a mim eram tão vazios que nem fazia sentido eu me justificar, no blog deles. Como sou um aproveitador, resolvi jogar em casa, com a minha torcida do Oásis da Inutilidade, e dar a resposta aqui, para ganhar ibope e dar sobrevida a esta moribunda caderneta virtual.

O mais interessante de tudo é que não vejo problema nenhum no fato de Paulo Henrique Amorim ter apoiado a divisão. Ué, todo mundo aqui dá pitaco sobre o conflito Israel X Palestina, qual é o problema? O tiro no pé foi a turma do SIM ter escolhido o jornalista para falar na propaganda da campanha, porque a opinião dele é pouquíssimo relevante para os paraenses, assim como meu ponto de vista é de mínimo interesse para os palestinos e israelenses. Mas se me convidarem pra falar sobre o assunto na Al Jazeera, eu vou. Só não garanto voltar vivo de lá.



Ao Paulo Henrique Amorim, tem apenas uma coisa que gostaria de falar:

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Futebol: o pior esporte do mundo.





Não existe pior. Chamar futebol de esporte é uma concessão conceitual, já que os atletas se cansam durante a partida. Na verdade, trata-se de uma atividade mista, uma espécie de jogo-de-azar/esporte. Com o defeito de, quase sempre, ser chatíssimo de se assistir.

Em termos de diversão, comparo o futebol a uma criança recém-nascida que hiberna 16 horas por dia. Ver o moleque dormindo logo enjoa; a família quer que ele sorria, chore, peide, qualquer coisa que saia da mesmice. E só tem o privilégio de ver as melhores partes aquela pessoa que passa enfadonhos plantões com a cria: sua mãe.

No futebol é a mesma bosta coisa. A força de Murphy faz com que a gente se programe pra assistir só as partidas que calejam o globo ocular, enquanto que, quando acontecem coisas assim, ficamos sabendo por amigos (todos menos a gente) e temos que nos contentar com o resumo dos gols na voz marcante de Léo Batista. A não ser os fanáticos, que fazem plantão em frente à TV, esperando o raio cair no mesmo lugar de novo. A esses, o pútreo odor do meu flato, já que fanático de qualquer raça é chato pra caramba.

Cara, é sério: poucos esportes têm a possibilidade de não acontecer nada durante o embate. O MMA tem o mesmo risco, mas a emoção por minuto é bem mais densa. Até o grande concorrente de pior esporte do mundo, a Fórmula 1, obrigatoriamente terá um vencedor no fim. Mas esqueça F1; é apenas uma competição tecnológica, em que o piloto só sua pelo medo de morrer.

Inteligentes foram os norte-americanos. Transformaram o soccer em football incluindo o elemento da porrada. A mesma coisa rola no hockey: golzinho pra cá, golzinho pra lá e, de vez em quando, uma pausa para afagos.

Esportes tendem a ser mais emocionantes quando têm pontuação o tempo todo. No basquete, tênis, vôlei, é tudo lá é cá. No futebol, a gente tem que esperar lateral, tiro de meta, falta, marcação até a bola chegar na entrada da área e o Zé Augusto chutar pra arquibancada.


A emocionante partida de futebol, segundo Skank


E por falar em arquibancada, assistir jogos no estádio pode ser interessante. Desde que se vá com radinho, grupo de amigos, cerveja, em um jogo de série A - ou com a certeza de vitória do nosso time.


Outro grande problema são as injustiças. Futebol depende quase tanto da sorte quanto pinball. A imponderabilidade das zebras irritantes são bem-vindas. Dizem que é o esporte mais praticado no mundo por ser imprevisível. Assim, Pedra-papel-e-tesoura deveria estar pelo menos nas Olimpíadas.

A essa altura você deve estar pensando "ah, então o Filipe odeia futebol". Não. Eu também gosto de coisas ruins. E não tenho culpa, sou uma mera vítima do sistema. Fui encucado de maneira osmótica a ser futebolisticamente patriótico e perdi a luta contra isso (mentira nem lutei). Um dos motivos é que, apesar de tedioso para se assistir, jogar futebol injeta litros de serotonina no cérebro, por ser uma atividade física estafante. E a cada gol, rola um turbo extra de neurotransmissores do prazer.

Portanto, amiguinhos, esqueçam essa porcaria de esporte que é o futebol. E acima de tudo, torçam para o Paysandu.






Enquanto isso, confiram comigo:



AS MAIORES ZEBRAS DA HISTÓRIA:







1 - Brasil 1 x 2 Uruguai (final da Copa de 1950): Não importa se o Uruguai tinha mais tradição no esporte, o Brasil já estava mais que maduro para ser campeão e jogava em um Maracanã com 200 mil pessoas.


2 - EUA 1 x 0 Inglaterra (Copa de 1950): A Inglaterra era uma potência e o futebol nos EUA era tipo o basebol aqui.


3 - Alemanha 3 x 2 Hungria (final da Copa de 1954): Não importa se a Alemanha jogava em casa, a Hungria de Puskas (um quase Pelé) tinha esquartejado todo mundo desde as Olimpíadas de 1952. Na copa, abriu 2x0 nos primeiros 15 minutos contra todos os adversários, incluindo aí o Brasil (nos ganhou de 4x2) e a própria Alemanha.


4 - Coréia do Norte 1 x 0 Itália (Copa de 1966): Como você pode perceber, um a zero é o placar mágico das zebras, né não?


5 - Portugal 0 x 1 Grécia (final da Eurocopa de 2004): Grécia sempre foi um time abaixo do medíocre. Nessa Eurocopa, ganhou quase todo mundo só de 1x0, com uns chutes em que a bola batia no teto e entravam no gol. Portugal jogava muito bem, em casa, com Felipão no banco, Cristiano Ronaldo começando, mas deu zebra.