segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Dez crimes marcantes de 2009



 
Em vez de um ano com grandes crimes de repercussão, 2009 teve dezenas de homicídios de menor vulto. Assassinatos de policiais continuam, como foi a morte do Cabo da Rotam ainda em janeiro deste ano, cuja reação policial causou a morte de cinco suspeitos. Ladrões linchados e acidentes cruéis também permanecem no noticiário policial. O que chamou atenção neste ano, contudo, foi a forma sistemática com que passaram a ocorrer homicídios por acerto de contas, normalmente relacionados à venda de drogas.

Em uma breve revisão pelo que tem foi noticiado pelo jornal Amazônia, é possível verificar mais de dez assassinatos desse tipo por mês. Há épocas em que ocorrem diariamente ou até vários em um dia só, como foi na Semana Santa, em abril. As 14 mortes registradas no último dia do ano passado e em 1º de janeiro deste ano, também com muitos acertos de contas, soaram como uma mostra de o que estava reservado para a a segurança pública do Estado em 2009.

Janeiro foi, inclusive, um dos momentos mais críticos e tensos em termos de violência. O assassinato do médico Salvador Nahmias, dia 12 de dezembro de 2008, iniciou uma certa comoção popular. Diante desse quadro caótico - e em seguida ao assassinato do procurador Marcelo Castelo Branco, ainda no dia 8 -, houve troca do comando da Polícia Militar. O maior receio era em relação ao Fórum Social Mundial, que se realizou em seguida, em Belém. Na ocasião, o Secretário de Segurança Pública, Geraldo Araújo, admitiu que a situação era grave.

Dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Segup), consolidados em outubro deste ano, de fato, comprovam o que o secretário já observara em janeiro. O número de homicídios aumentou 24% de janeiro a outubro, em relação ao mesmo período do ano passado. A violência continua sua escalada, enquanto que os esforços contrários não têm se demonstrado suficientes para barrá-la.

Relatos dos crimes violentos de 2009 poderiam preencher edições inteiras do jornal. Como exemplos da violência neste ano, foram selecionados 10 crimes emblemáticos. Eles servem de reflexão para pais, mães e principalmente para as autoridades, de que, se não houver medidas drásticas, a retrospectiva policial de 2010 poderá ser ainda mais assustadora.


Dia 1º de janeiro: 14 mortes na virada de ano

A manchete sobre as 14 mortes na virada do ano, logo na primeira edição de 2009, contrastou com a bela foto de fogos de artifício, na capa do jornal Amazônia. A notícia parecia mostrar que os muitos votos de felicidades para 2009 não surtiriam efeito no aspecto da segurança pública.

As mortes foram, principalmente, por acidentes de trânsito e por baleamentos. Os acidentes resultaram em 37 feridos. Um deles, no dia 31, foi na avenida Pedro Álvares Cabral. A batida de um microônibus causou a morte de duas mulheres, enquanto que outros 15 passageiros ajudaram a lotar o Hospital Metropolitano de Belém. No dia seguinte, outro acidente com microônibus, na avenida João Paulo II, deixou mais 15 pessoas feridas. Foram sete vítimas fatais de arma de fogo e de faca, quase sempre por acerto de contas.

Dia 8 de janeiro: morre procurador

No dia 7 de janeiro, o procurador da Prefeitura de Belém, Marcelo Castelo Branco, foi baleado na cabeça e morreu, dentro de seu carro, no bairro do Umarizal. Ele nem era o principal alvo do crime. Dois bandidos que haviam acabado de roubar uma farmácia queriam o carro do procurador para a fuga. Não se sabe se Marcelo demorou demais a sair do veículo ou se resistiu ao assalto. O fato é que ele não foi o único morto a tiros naquela noite. Os dois assaltantes também foram baleados, pela polícia, e um deles morreu no Pronto Socorro Municipal do Umarizal.

Dia 17 de janeiro: cabo da Rotam morto

O cabo da Rotam Paulo Sérgio da Cunha Nepomuceno, 32, foi morto a tiros durante um roubo em um comércio no bairro do Curuçambá, no dia 17 de janeiro. Ele voltava para casa, no conjunto Stélio Maroja, quando teria sido reconhecido pelos assaltantes na saída da loja e levou seis tiros. A reação policial no sábado e domingo movimentou 18 viaturas e resultou na morte de cinco dos assaltantes supostamente envolvidos no crime, sempre sob justificativa de reação dos suspeitos, seguida por troca de tiros. Dois dos acusados mortos eram filho de outro cabo da Polícia Militar, Paulo Dias dos Santos.

Dia 10 de março: chacina em Garrafão do Norte

Cinco pessoas foram mortas por parentes, a tiros e facadas no dia 10 de março, em reserva indígena dos Tembé, próxima ao município de Garrafão do Norte. Os acusados, irmãos Roberto Gomes de Souza e Antônio Wilson Gomes de Souza, foram presos seis dias mais tarde, no município de Viseu. Eles estavam armados com três espingardas, dois terçados e munição, além de estarem com dinheiro supostamente das vítimas mortas. O motivo da chacina seriam desavenças sobre a divisão de um roçado entre os irmãos - os dois presos e o terceiro, morto por eles. Entre as vítimas, estavam a mulher do terceiro irmão e suas duas filhas, de 9 e 13 anos.

5 de abril: 15 mortos em 48 horas, entre eles, um esquartejado


Assim como na virada de ano, a maioria dos mortos nos dias 4 e 5 de abril - Domingo de Ramos - foi vítima de acidentes de trânsito, enquanto que os demais foram alvo de tiros e facadas. Entre estes, o caso que mais chamou atenção foi o de um corpo encontrado esquartejado na estrada do Bagé, no conjunto Catalina, domingo. O corpo estava tão desfigurado que não chegou a ser reconhecido. A cena foi chocante até para os policiais mais experientes. O indivíduo morto foi enterrado como indigente e sua identidade permanece desconhecida até hoje.

12 de junho: Fujões matam investigadores

Dois policiais civis e dois bandidos foram mortos no dia 12 de junho. Os investigadores Adenildo Rodrigues da Silva e Ivan Damasceno de Oliveira foram assassinados por dois presos que haviam acabado de fugir da Seccional da Marambaia. As circunstâncias do crime formaram um quebra-cabeça difícil de ser solucionado, uma vez que os fujões estavam algemados e, no fim das contas, os policiais foram baleados pela mesma arma que um deles, Adenildo, carregava. Ainda na fuga pelo bairro da Marambaia, após matarem os policiais, os dois bandidos trocaram tiros com policiais militares, mas dessa vez levaram a pior, sendo atingidos e morrendo.

28 de setembro: adolescente linchado

No dia 28 de setembro, um adolescente de 16 anos foi linchado após tentar assaltar um ônibus, no bairro do Telégrafo. Durante todo o ano foram comuns as ocorrências de bandidos sendo espancados pela população, após tentativa frustrada de assalto, assim como se tornou normal ver menores de idade cometendo crimes violentos. Nesse caso, os dois elementos estavam presentes e o caso terminou em morte. Ao anunciar o assalto, o ladrão levou uma facada no pescoço, dentro de um coletivo na avenida Pedro Álvares Cabral. Moradores do bairro ainda subiram no ônibus para descarregar a fúria sobre o assaltante e trucidá-lo.

20 de novembro: duplo homicídio

Um duplo homicídio ocorrido no dia 20 de novembro, no bairro do Icuí, teve todas as características de acerto de contas. As duas vítimas - um homossexual em um recém saído do presídio -, andavam juntas pelo loteamento Parque Icuí, quando foram abordadas por desconhecidos. Quando um deles foi baleado na cabeça, o outro tentou fugir, mas não foi longe; também foi atingido na cabeça e morreu na hora, a cerca de 30 metros do companheiro. Do pouco que a polícia conseguiu desvendar no mesmo dia estava a grande possibilidade de que o caso se tratava de acerto de contas. O fato de o homossexual ser conhecido como dependente químico fortaleceu a suspeita de que ele tivesse alguma dívida com traficantes.

Dia 27 de novembro: latrocínio em Maracanã

Um assalto a banco do município de Maracanã, no dia 27 de novembro, terminou com um morto. O pai de um estagiário do banco, Romildo Ferreira Santana, ao saber do crime, foi até a agência para ver o que estava acontecendo. Ele acabou cruzando com os mais de 10 bandidos que saíam com cerca de R$ 700 mil roubados. O assaltante disparou uma rajada de metralhadora no peito de Romildo, que morreu na hora. Vários outros tiros foram disparados, deixando o carro da polícia civil, estacionado em frente à agência, crivado de balas. Até hoje, sete dos cerca de 15 bandidos que participaram do assalto, foram presos.

17 de dezembro: policial e bandidos mortos em tiroteio

Três pessoas morreram e três ficaram feridas em uma troca de tiros no dia 17 de dezembro, no bairro de Nazaré. Dois bandidos que tentaram assaltar clientes de uma agência bancária localizada na travessa 3 de Maio, foram mortos pela polícia. Mas antes disso, eles chegaram a matar também o cabo da Polícia Militar Moisés Pinheiro, em troca de tiros durante a fuga. Uma idosa foi feita refém e três policiais ficaram feridos.


Publicado no jornal Amazônia, dia 27/12/2009

8 comentários:

Unknown disse...

Boa retrospectiva. Textos que provocam reflexão sempre são bem vindos.
Crimes bárbaros, latrocínios, homicídios, acertos de contas... toda a realidade de nossa cidade retratada ao longo dos 12 meses.
É triste observar que esse número só cresce. É fácil apontar culpados... difícil é começar a fazer algo, por menor que seja, p/ mudar esse cenário.
Parabéns por todas as matérias e notícias que colocastes p/ os leitores do Jornal Amazônia e vamos aguardar mais números p/ este finalzinho de ano.
Feliz 2010 p/ ti e toda tua Família!

Loredana disse...

Parabéns pela post, pena que a violência só vem aumentando a cada ano que passa, e o que vemos é que a sociedade já nem se choca mais. A banalização da violência impressiona, é pai estrupando filha, filho matando pai e mãe, acertos de contas pelo tráfico, assaltos, etc...os casos só aumentam.
Parabéns pelo trabalho e espero que a sociedade não se acomode diante da violência que impera em nossa cidade e cobre mais seriedade e atitude das autoridades.
Desejo que 2010 seja de muito trabalho e sucesso pra ti!!!

Unknown disse...

Eu fico chocada com a quantidade de crimes cruéis que acontecem em Belém. Triste...

Mas feliz 2010 Felepe!!!

Nesse próximo ano tu vais ter que vir me visitar durante as férias um pouco mais distante do que São Paulo ou Porto Algre.

Guto Lobato disse...

Em resumo:

Toca fogo em Belém e repovoa com índios que jamais tiveram contato com a civilização ocidental.

Ficará tudo bem melhor.

Andressa Malcher disse...

das filhas de zeus para a carnificina? a lista será maior no próximo ano. que todos consigamos sobreviver em 2010.

Monica Aquino disse...

Boa retrospectiva mesmo pena que uma destas violências envolveu o meu maior e grande amigo Ivan Damasceno que para mim era um herói!
Um policial exemplar responsável e pácivo em seu trabalho.
Confesso que eu fiquei chocada até agora não quero acreditar nesta trágedia,realmente é fácil apontar culpados mais dificil é começar a fazer algo,pelo menos um bom treinamento aos policiais ou mais segurança a eles contra estes detentos!
Agora nao enteressa mais nada a ser feito meu amigo e pai de meu filho foi vitima desses agressores, nosso choque foi muito grande e até agora sofremos muito com este acidente parabéns por todas as matérias e notícias que colocastes p/ os leitores do Jornal Amazônia e vamos aguardar mais números p/ este começo de ano! Pena que a violência só vem aumentando a cada ano que passa, e o que vemos é que a sociedade já nem se choca mais. A banalização da violência impressiona, é pai estrupando filha, filho matando pai e mãe, acertos de contas pelo tráfico, assaltos, etc...os casos só aumentam.
Parabéns pelo trabalho e espero que a sociedade não se acomode diante da violência que impera em nossa cidade e cobre mais seriedade e atitude das autoridades.
Desejo que 2010 seja de muito trabalho e sucesso pra todos os policias amigos de Ivan Damasceno Oliveira!
Eu fiquei chocada com a quantidade de crimes cruéis que acontecem em Belém. Triste mesmo para mim e meu filho ver Ivan Damasceno saindo de nossas vidas desta maneira, justo em seu trabalho que ele se dedicava tanto!

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