Galera passeando de barco com brinquedinhos
Como a maioria já deve saber, saí quase foragido de Belém e minha vida deve ficar bem diferente até o fim de dezembro, aqui em Brasília.
Levei peia na última fase do concurso da Polícia Federal. A academia estava marcada pra começar no dia 6 de agosto e eu já me sentia fora. No dia 7, a Justiça me deu uma forra e deixou eu cursar. A confirmação chegou às 18h10 daquela terça-feira. O prazo limite de matrícula era a quarta-feira, 8, às 17 horas. Então tive que atabalhoadamente correr atrás de documentos, arrumar roupas pro enxoval, preparar mala, comprar passagem e embarcar em poucas horas.
Foi muito diferente de como sonhei. Queria muito ter sido aprovado no dia 17 e ter marcado a prometida comemoração com amigos e todos que me ajudaram de alguma forma. Mas a correria foi tão grande que nem tive tempo de falar "galera, tô viajando". A notícia pegou todo mundo de surpresa e meu aniversário já vou passar isolado por aqui.
Será?
Apesar de eu estar saltitante por aqui desmontando pistola como uma criança brinca de lego, a situação ainda não é confortável como um pé enfiado numa crocs. Aliás, a coisa ainda está meio meio feia, tal qual um pé encarcado numa crocs.
Não é muito provável, mas pode acontecer de minha liminar ser cassada e eu interromper a academia no meio. Mas digamos que eu vá até o fim e me forme. Isso não quer dizer que logo em seguida vou andar com uma bazuca nas costas, apontando a carteira funcional e gritando PULIÇA FEDERAO por aí. É que o juiz permitiu só que eu fizesse a academia.
Com vocês, uma Glock
Claro que vou pedir também pra ele deixar eu ser nomeado e tomar posse, mas convenhamos, enquanto não for julgado o mérito a possibilidade de o magistrado me deixar caçar bandidos trabalhar como policial é pequena. Ou seja, o prospecto mais factível é: Filipe termina a academia de polícia no dia 21 de dezembro, volta pra Belém e espera uns cinco anos para o processo transitar em julgado e, só aí, ser nomeado - ou não, em caso de decisão judicial desfavorável.
Então, irmãos, não iludis uns aos outros dizendo "Filipe passou no concurso". Não passei. É possível virar esse jogo, mas trata-se de um processo longo e doloroso. Não há nada garantido. O que não quer dizer que eu esteja mal. Galera, tô ótimo, muito feliz.
Aliás, me deem licença que preciso desmontar uma Glock aqui...
Novo naipe: depois de cinco anos de barba no queixo...