terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Contestando as ~verdades masculinas~

Quando o planeta Terra passa por um buraco negro que filtra a sensatez humana, o que sobra vai pro Facebook. 
Já que tanta gente compartilha as ~verdades masculinas~ como se fossem um oráculo, resolvi dar minha opinião. 
Aproveitei o fato de que a NASA acabou de lançar um estudo que permite que a gente leia um texto podendo discordar de algumas coisas e concordar com outras, em vez de ser obrigado a rotular o autor ou  de "gênio" ou de "bosta humana", e escrevi isso aí.
Então aproveite a oportunidade você também e leia com esse mesmo espírito, aquele mesmo que fica inativo quando se olha o Facebook. Isso, o da sensatez.

~VERDADES MASCULINAS~

1. Peitos foram feitos para serem olhados e é isso que nós iremos fazer. Não tente mudar isso.
- Parabéns por ser escravo dos próprios olhos e ainda se orgulhar disso.
2. Aprenda a usar a tampa do vaso. Você é uma menina crescida. Se ela está levantada, abaixe-a. Vocês precisam dela abaixada, nós precisamos dela levantada. Você não nos vê reclamando por que você deixou ela abaixada.
- Quem faz intriga com isso ainda não saiu da adolescência. Qual o problema de baixar a tampa? Qual o problema da tampa levantada?
3. Domingo = Esportes. É a mesma relação que a lua cheia tem com as mudanças na maré. Deixe estar.
- Quem depende de hábitos cíclicos e rotinas é insuportável a longo prazo. Se sua relação domingo/esporte é assim, trate seu TOC.
4. Comprar NÃO é um esporte. E não, nunca vamos pensar nisso dessa forma.
- Não mesmo.
5. Chorar é chantagem.
- Dizer que chorar é chantagem, sim, é chantagem. Já pensou casar com um cara que automaticamente te rotula de chantagista por chorar? Tão ruim quanto casar com uma mulher que chora pra chantagear.
6. Pergunte o que você quer. Vamos ser claros nisso: Dicas sutis não funcionam! Dicas claras não funcionam! Dicas óbvias não funcionam! Apenas diga logo o que você quer.
- Essa é a dica de ouro pra qualquer relacionamento dar certo, e a que a maioria das mulheres mais resiste a seguir.
7. Sim e Não são respostas perfeitas para praticamente todas as questões existentes.
- É possível simplificar sem ser simplista.
8. Venha falar conosco a respeito de um problema somente se você quiser ajuda para resolvê-lo. Isso é o que a gente faz. Simpatia é trabalho das suas amigas
- Frase muito abstrata. Só posso dizer que se a mulher tiver câncer terminal ela pode falar com o marido, mesmo que ele não possa curá-la.
9

. Uma dor de cabeça que dura 17 meses é um problema. Procure um médico.
- Por favor.
10. Qualquer coisa que dissemos 6 meses atrás é inadmissível em um argumento. Na verdade, todos comentários tornam-se nulos e vetados após 7 dias.
- O único erro inadmissível em argumento é o que já foi perdoado. Os outros deixam feridas abertas e consequências. Joga pra debaixo do tapete, meu filho, e depois chora com cara de bunda de quem não sabe o que aconteceu, quando a mulher for embora.
11. Se você pensa que está gorda, provavelmente você esteja. Não pergunte para nós.
- Aqui caberia melhor o "Simpatia é trabalho das suas amigas". O narcisismo de uma mulher tem que ir ao nível da bundamolice a ponto de ela querer um homem manipulável, pra mentir só pra ela se sentir bem.
12. Se algo que nós dissemos pode ser interpretado de duas formas, e uma delas faz você ficar irritada e triste, nós queríamos usar a outra forma.
- Com frequência, é verdade. Sabe a mulher que sempre interpreta tudo do pior jeito possível? Não seja ela.
13. Sempre que possível, fale tudo o que você tem a falar durante os comerciais.
- Ajuda bastante, mesmo. Mas algumas dessas "regrinhas" dão sentimento geral de que quem escreveu adora um ar militaresco caseiro.
14. Cristóvão Colombo não precisou parar para pedir informações, e nem nós.
- Qualquer jornalista mínimo (e provavelmente carteiros, taxistas...) sabe que a melhor forma de se chegar a um endereço é perguntando. Fugir disso por orgulho é aceitável, no máximo, até os 11 anos de idade.
15. TODOS homens enxergam em apenas 16 cores, assim como as definições básicas do Windows. Pêssego, por exemplo, é uma fruta, não uma cor. Salmão é um peixe. Não fazemos idéia do que é âmbar.
- É meio "compricado", mesmo...
16. Se algo coça, será coçado. Nós fazemos isso.
- "Nossa, que homem-macho-alva-ômega que não se importa de coçar o saco imediatamente antes de cumprimentar a Michele Obama! Gamei!"
17. Se perguntarmos a você se há algo de errado e você responde ‘nada‘, nós agiremos como se nada tivesse errado. Nós sabemos que você está mentindo, mas não vale a pena a discussão.
- Deem graças a Deus de a maioria dos homens não ter paciência de mergulhar em joguinhos femininos. 
18. Se você fizer uma pergunta para a qual você não quer uma resposta, espere uma resposta que você não queria ouvir.
- É melhor a verdade sincera do que o elogio fingido, diz um livro empoeirado que todo mundo tem em casa.
19. Quando precisamos sair, absolutamente tudo que você usar está bom. Sério.
- As trocas de roupa das mulheres costumam ser algo do tipo mudar de "salmão" pra "âmbar"
20. Não pergunte o que estamos pensando, a não ser que você esteja preparada para discutir sobre Sexo, Esportes ou Carros.
- Perguntar o que o outro está pensando o tempo todo tende a demonstrar uma pessoa controladora e insegura. 
21. Você possui roupas suficientes.
- Sim.
22. Você possui sapatos de mais.
- Ô
23. Eu estou em forma. Redondo é uma forma.
- "Atoron esses maxo-alfa"
24. Obrigado por ler isso; Sim, eu sei, eu terei que ir dormir na sala hoje, mas saiba você que os homens não se importam com isso, é como acampar.
- Não se importar em dormir na sala é normal. Não se importar em deixar a mulher com raiva é indiferença. Se cheguei a esse ponto, vou dormir é fora de casa.

terça-feira, 9 de dezembro de 2014



Sou roqueiro. Não de usar calça colada e cabelão. Mas quase tudo que gosto se encaixa em algum subgênero do rock.

Só que o percentual tem mudado. Mesmo sem deixar de curtir o de sempre. É que contingências profissionais me forçam a digerir um cardápio musical mais sortido, bem diverso ao que meu estômago mental havia sido habituado. E como na culinária, o paladar se adapta.

Em dois anos de trabalho na Rádio Cultura FM, meu gosto sonoro se alargou em direções curiosas. Meus irmãos, com quem eu garimpava sons novos de rock e metal, vão fingir que nem me conhecem se souberem o que eventualmente ouço com algum prazer. É como seu eu fosse de uma família machista e tivesse que admitir que estou emboiolando. Já minha mãe vai ter orgulho. Ela sempre teve um gosto meio de mocinha, mesmo.

E até que estou gostando dessa brincadeira. Já vou até rebolando com uma certa naturalidade (musicalmente falando, claro). Trabalhar numa boa rádio expande a cultura musical.

Primeiro, fiz o programa Audição Especial. Eu tinha que ouvir todas as músicas de um álbum, mais de uma vez, com detalhes, além de pesquisar sobre a vida do artista. Conheci uma penca que nunca tinha ouvido falar (Tibério Azul, Kassim, Pélico...) e uns tantos outros que eu nunca havia parado pra escutar (Dorival Caymmi, Chico Buarque...).

Depois me veio o Tuitaí, o programa em que você pede no Twitter e a gente toca aqui, na 93,7. Aí cagou de vez. O mesmo bloco pode ter samba, metal, guitarrada e musica folclórica do leste europeu. Fulano pedia uma canção e eu pensava "esse artista aí deve ser um zé ruela", mas na hora de pesquisar, descobria que o cara tinha 10 álbuns, 30 anos de carreira, parcerias até com Frank Sinatra. Ou seja, o zé ruela, óbvio, era eu.

No Tuitaí, em uma hora de música rolam paradas que gosto e outras que me incomodam. Mas existe uma terceira classificação: positivamente indiferente. Ou seja, não incomoda e até dá um certo alívio por não estar ouvindo coisa pior.

Na caminhada rumo ao ecletismo, tem coisa que realmente não desce goela abaixo. Nem tapando o nariz, nem bebendo Coca-cola em seguida. São casos perdidos. Erros da Matrix. Cânceres sonoros. Peidos no elevador. Calos no ouvido. Chutes no saco. Quanto a esses, nos resta lamentar sua existência e torcer para que incêndios acidentais avariem todo o estoque de registros dessas coisas que até surdos relutariam em chamar de música.

Agora confira comigo exemplos de cada categoria:

Top 5 Nunca imaginei gostar:

1 - Roberto Carlos - O portão
2 - Tulipa Ruiz - Efêmera
3 - Zeca Baleiro - O Barco
4 - Chico Buarque - apesar de você
5 - Tom Zé - Tô

Top 5 Positivamente indiferentes

1 - Mauro Cotta
2 - Los Hermanos
3 - The Smiths
4 - Reginaldo Rossi
5 - Cazuza

Top 5 Nem pintado de ouro

1 - CENSURADO
2 - CENSURADO
3 - CENSURADO
4 - CENSURADO
5 - CENSURADO



sábado, 25 de outubro de 2014

PORTUGAL: Gostei da queca



Cidade: Lisboa
Temperatura: quentinho agradávelDatas: 25 a 28 de outubro
Hospedagem: hostel
Nota: 8
Fase: 1\8

Olá,

Tudo inicia na verdade, em Belém.

Mal entrei no avião e já vi que vou ter alguma dificuldade com a comunicação. Talvez eu devesse ter feito um curso intensivo de português, porque às vezes o comissário parecia falar aramaico. Quase peço pro portuga falar em inglês.

Aproveitei a telinha individual pra curtir uma comédia. O mais engraçado, sem dúvida, nem era o roteiro, e sim a legenda com português de Portugal:

"the sex was great"
"A queca foi boa"

Durante o voo, tive que por em prática meu coaching de atuação pra ser convincente na hora de fingir que entendia tudo o que o padeiro do meu lado falava (tudo bem, ele não é padeiro, mas leva todo o jeitão).

Enfim, essa língua dos caras vai me dar trabalho.

Gente não é só em Belém que orla chama maconheiro. Quase que eu digo que sou policial federal pra fazer o coleguinha parar de insistir em me vender haxixe e derivados, à beira do rio Tejo.



Fico no Bairro Alto. O nome justifica  a subida de uma ladeira com minha mochila de 17kg. Dane-se, o elevador é o triplo do preço do metrô que me levou do aeroporto até lá. E antes que alguém pense eu já respondo: mão de vaca é a mãe.

O Bairro Alto é uma espécie de Olinda, tirando o fato de que pensando bem não tem nada a ver com Olinda.

Já o centro histórico é uma mistura pobre do charme de Paris com antiguidades de Roma. Claro que não chega aos pés dos dois. Mas mesmo estando meio acabadinho, é uma área gostosa e muito bonita. Para brasileiros. Nem tanto pra romanos e parisienses.

Aliás Lisboa poderia ter um quê do charme da antiguidade de Roma, se o terremoto de 1755 num tivesse sacaneado tudo. Restou à cidade se contentar em ser o segundo escalão europeu, cujo maior atrativo é ser uma porta de entrada fácil e rápida pros brasileiros.








Ano passado vim pra Europa com quase 25kg, pra pegar friozinho. Dessa vez são 17kg (uns 3kg só de presentes) pra talvez ver neve.
 
Palmas. Obrigado, obrigado.
Arrumar a mala dá um medão de se esquecer de alguma coisa. Até agora acho que tenho tudo que eu precisava. Demorei a notar que não trouxe o bom senso, mas também, eu quase não uso. O problema de não estar com ele é ter mais peso na volta. Não na mala; na consciência.
Eu já esperava ser invisível pros garçons mas me surpreendi com um diálogo super cabeça que tivemos. Como ele não entendia o que eu queria dizer, tive que ser mais direto:
- Um prato desses mata minha fome? - Ora, se comer bastante mata a fome se comer pouco não mata...
O cara é burro mas talvez tenha coração: viu que sou um viajante pobre e encheu uma cesta com pães como entrada e fiquei tranquilo. Mesmo se o prato for pequeno, com fome eu não saio.
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Além da cachaça os portugueses parecem já ter integrado ao estilo de vida outro elemento brasileiro: o jeitinho.
Fui comprar um vinho do Porto no supermercado e na hora o preço sai o dobro. Na hora imaginei que eu era o sonolento idiota desatento. Tá, eu sou. Mas quem errou no preço foi ela, que admitiu e pediu desculpa.
 
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Esses dois últimos fatos pareciam completamente aleatórios até uma paranaense que mora em Coimbra me garantir que brasileiro sempre é tratado pior.

Achei que os caras alternavam coices e ignoradas pra todos. Aí tudo faz mais sentido quando lembro que só faltei ficar pelado de quatro no aeroporto pra verem se havia uma bomba atômica anal ou sei lá um par de vírus ebola perdido nos meus recônditos corporais.


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Castelo dos Mouros, Sintra. É tipo Machu Picchu exceto pelo fato de que se olhar bem num tem nada a ver com Machu Picchu.

Perto tem um palácio dos últimos reis de Portugal, inclusive do broder do Pedro II. Nessa época, Napoleao III vivia tao melhor que, se a realeza portuguesa descobrisse, ficaria mufina de se chamar monarquia e entregaria de boa o trono pros republicanos. 

Nem sei se é desleixo, simplicidade ou falta de grana. Provavelmente os 3. E isso acomete Lisboa inteira, porque é bonita mas meio acabadinha

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Parece ser legal ser de um país de língua inglesa, já que quase todo mundo te entende.
 
Ou nao.

A canadense do Hostel num tinha paciência de falar sem ser em forma de rajada de HK 47 com silenciador. Ninguém digeria uma frase completa dela. E a doida também num parecia se empolgar com o ritmo cata milho de nós meros aprendizes.

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Fado lembra muito tango. Exceto pelo fato de num ter nada a ver com pensando bem parece sim, cara. É bacana:
 
"Pedi a Deus um pedacinho do céu
E Ele me deu o brilho dos olhos teus"
 
Esse foi o único fado nao suicídico que escutei. O resto parecia o canto de lamento de cordeiros líbios na fila do abate.
 
Ou o fundo musical mental de mesários conferindo votos no Levi Fidélix, sei lá.
 
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Em breve, próximo capítulo:

AMSTERDAM

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Copa: ganhar ou não ganhar?



Passei o mês inteiro ensaiando um discurso de que não há incoerência em se participar de protestos e torcer pela Seleção. Apoiar atletas não desfaz meus atos contra a corrupção na Copa. São duas áreas distintas.

Mesmo assim, o lado político mantém meu nível de empolgação mais baixo que o Sistema de Cantareira. Minha paixão futebolística está em blecaute.

Pelo menos até agora. Pode ser que o primeiro bordão do Galvão Bueno injete uma dose de patriotismo nas minhas veias de forma que eu chore por causa de um gol contra o Brasil, como no empate da Holanda em 1994.

Mas até agora, apesar de eu estar torcendo pra Seleção, acho que vou rir muito se o Brasil levar umas peias e voltar mais cedo pra casa. Ops.

Protestos e futebol são conjuntos diferentes mas têm seu ponto de interseção. E essa área comum é a certeza de que, independente do resultado, vou ter o que comemorar.

Brasil campeão? Pega-te, sai que é tua Taffarel, é Tetra.

Brasil derrotado? Beleza! Pelo menos 1% de voto a Dilma vai ter que perder.

quinta-feira, 1 de maio de 2014




Com uns seis ou sete anos fui pra casa da minha tia Sandra ver corrida de Fórmula 1. Ela perguntou:

- Pra quem tu vais torcer?
- Não sei. Quem é que tem aí?
- Ah, tem fulano, beltrano, Nelson Piquet...
- Nelson? Nome do meu pai. Vou torcer pra ele
- Certo. Eu vou torcer pro Ayrton Senna.

Ela ganhou a disputa e eu comecei a entender que Ayrton Senna ganhar corrida era tão provável quanto Romário fazer gol.

No começo eu tinha dificuldade imensa pra identificar o brasileiro, já que eram dois carros iguais na pista. Quando percebi que o Senna tinha capacete amarelo, me dei conta de que havia gastado um bom tempo torcendo pro Alain Prost.

Inesquecível o clima elétrico da uma vitória do Senna, com a musica (TAN TAN TAAAN... VRUMMM). Era a única situação que meu pai, sempre avesso a barulho, aumentava o volume da TV até o talo.

Aí o Senna morreu. Morreu morreu, bola pra frente que tem Copa do Mundo.

Minha tristeza era mais pela consternação do país do que pela partida de um cara que eu mal conhecia e nem considerava pakas. Até hoje não entendo essa de me condoer por famosos.

Em 1994 também morreu Tom Jobim. Beleza, acontece. Dois anos depois, foi-se Renato Russo. Meus amigos e até a minha mãe achavam que eu fosse chorar, já que minha banda preferida tinha acabado. Coisa tenhuma. Preferir ir capinar um lote (metaforicamente falando, jogar Sim City 2000) e tocar a vida adiante.

Por fim, sempre me irritou a excessiva superioridade dos mortos sobre os vivos. Juro que nao é polemiquismo meu, até gostaria que me ajudassem:

Por que o Senna é melhor que o Prost?
Por que o Senna é melhor que o Schumacher?

Até agora minha conclusão é: porque Senna morreu.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014



As redes sociais são um Maçaranduba que sai na balada esbarrando nos outros. Logo alguém olha torto e rola a PORRADA. Nessa brincadeira, tem gente que apanha de graça. Mas convenhamos, tem uns que até merecem uns cascudos. Né, Sheherazade?

Aliás, esse sobrenome escroto devia ser amarrado pelado num poste. E levar peia junto com todo mundo que vibrou com as torturas do Bope no Tropa de Elite. Companheiro, você aprovou execução sumária, não venha virar casaca agora. Bem vindo ao time da Sheylaescangalhada, vista aqui essa blusa listrada.

Convenhamos, ela é muito corajosa de falar o que pensa. Duvido que você, seu medroso bunda mole, sendo âncora de jornal, teria peito de proferir uma merda de mesmo quilate.

O pior de tudo é que a doida nem escreve bem, pode ver. Ela só junta uns clichês estilo bate-papo de feira com uma pitada de polemiquismo. E aí serve tudo com essa cara de adolescente contrariada. Só que dessa vez, a tampa do saleiro do polemiquismo tava frouxa e caiu tudo de uma vez.

Aposto que boa parte do linchamento à Shehazarada vem porque ela é evangélica, com jeito de paty metidinha. Outra razão é que ela avacalhou com o PT dia sim dia não. A Sheratanga já deu opiniões pertinentes, mas sabe como é, um escorregão e agora se ela casar com o Rafinha Bastos todo mundo espera que o filho seja o Chucky.

Mesmo assim, entre prós e contras, não dá pra negar que o principal motor dessa avalanche contra a pobre é fruto de uma legítima defesa coletiva de uma sociedade sem jornalismo, contra um jornalismo de ignorância sem limite.



Pra ver a opinião dela clique aqui:

http://rachelsheherazade.blogspot.com.br/2014/02/adote-um-bandido.html

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Um pouco mais de CENTENÁRIO DO PAYSANDU




O Paysandu só não tá no fundo do poço porque já cavaram um pouco mais. Só que centenário não é dia de pensar nisso. Imagina o cara comemorar mais um ano de idade e todo mundo ficar lembrando que ele tem câncer da pleura? Sai dessa, cara.

Agora é dia de pensar no tempo em que o time parecia o Super Mário com estrelinha de invencibilidade. Não interessa se atualmente a gente morre encostando em qualquer tartaruguinha. Tudo bem, interessa sim. Mas não hoje.

Hoje o Paysandu é o segundo maior campeão estadual do Brasil. Campeão dos Campeões, da Copa Norte. Bicampeão da segundona. Só falta ser Supercampeão da Copa Yamada de Cuspe à Distância, mas agora não dá. Ouvi dizer que tem que esperar ampliar a sala de troféus pra poder ganhar mais campeonato.

Domingo o Papão deu de 6x0 na comemoração dos 100 anos e virou líder do Parazão. Mas pensando bem, deixa isso pra lá. Centenário é para se comemorar os cem anos e não o centésimo. Vamos pensar em chute do Iárley, em cabeceada do Robgol. E esquecer que o Milton Neves virou bicolor.

Ninguém vai ignorar as botafoguices recentes, mas deixa isso ali atrás da porta um instantinho. Hoje é dia de recordar o que faz cada bicolor encostar tranquilo a cabeça no travesseiro. O consolo é: nenhum clube em um raio de dois mil quilômetros já alcançou - e nem alcançará - glórias maiores.

Isso sim é centenário.

sábado, 1 de fevereiro de 2014




A SAUDAÇÃO AZULINA

Com sangue nos olhos, Roberval fechou a porta e girou a chave no carro. Ele adaptara o Voyage para viajar no tempo, motivado pela mais pura antítese do amor. O ódio era não contra um; mas muitos. Mais especificamente, os torcedores de uma coisa cujo nome não pode estar no mesmo texto que o de Roberval, sob pena de ele ter um ataque epilético-psicológico.

A viagem de teste fora um sucesso. Quer dizer, nem tanto. Não foi lá muito genial a ideia voltar a 2004, já que na época o adversário ainda estava em alta. Nada grave. Se o plano desse certo, nem haveria mais adversário.

Motor ligado, pé no acelerador, rastro em flashes e Roberval volta a janeiro de 1914. Ele guardou o carro num mato perto da Doca e pegou carona de carroça para visitar conselheiros do Norte Clube. Os caras estavam indignados por que o time havia perdido a chance de ser campeão paraense de 1913. Em uma atitude moderna - mas sem apoio da Unimed -, os dirigentes tentaram o tapetão naquele ano, e nada. De raiva, começaram a organizar um clube novo.

O plano de impedir isso deu certo mais rápido do que o imaginado. Os mais fracos de mente mudavam de ideia por qualquer lanterna; o meio chato ganhava um MP3 player; o mais cabeça dura não resistia a uma câmera Polaroid cuspindo imagens instantâneas. Em três dias, esvaziou-se o ímpeto dos que queriam fundar outro time.

Estava tudo certo pra dar errado. Ou tudo errado pra dar certo.

Só que, um dia antes da votação, Roberval parou pra meditar e ficou mufino. Lembrou as grandes vitórias nos clássicos. Pensou nos rebaixamentos do adversário. Uma nostalgia o dominou ao recordar o Mangueirão abarrotado com as duas torcidas se provocando. Tentou se imaginar xingando torcedores do Norte Clube. Muito sem graça. Quando se deu conta de que, sem o rival não há tabu, uma lágrima escorreu. Não podia perder o prazer dos 33 jogos, a maior glória do time.

Então ele salta da cadeira e vai atrás dos conselheiros subornados. De um a um, diz que é para votar, sim, pela criação de um clube novo. Os caras ficaram sem entender, assustados. Nada que um Macbook Air não resolvesse e a manipulação no sentido contrário deu certo. A votação terminou a favor do novo clube e a turma se reuniu dia 2 de fevereiro para a reunião inaugural.

Melancólico, Roberval entrou no carro e voltou a 2 de fevereiro 2014, já planejando a próxima viagem. Passou numa farmácia pra comprar o purgante que colocaria na bebida do Castor, quando voltasse a 1996. Entrou em casa em silêncio e levantou a tampa do notebook. Logou no Facebook e postou:

"Parabéns pelo centenário, Mucuras"


sexta-feira, 24 de janeiro de 2014



Tenho três irmãos que deram certo. Minha mãe teve quatro filhos, então a média tá ótima. Imagina o cara acertar 75% da prova? Passa em qualquer concurso. O atacante que arremata 3/4 dos chutes põe o Messi pra engraxar-lhe as chuteiras. Parabéns, mamãe. Não é um chute pra lateral que desmerecerá seu labor.

Sinto-me como um erro da Matrix. Aliás, se eu estivesse lá seria um problema. Nenhum cabo encaixaria no meu plug da nuca. Teriam que fazer gambiarra pra me conectar na Matrix. Aí eu ia entrar lá só pra querer ficar dando cambalhota no ar, vê se pode. Na primeira oportunidade os caras iriam diluir escondido a pílula azul no meu suco e me devolver à ilusão superficial da vida.

Sempre fui estranho - desde o tempo em era bem fora de moda, diga-se. Ainda assim, hoje, que é mais aceita, minha esquisitice está fora dos padrões normais de estranheza aferidos pelo Inmetro.

Mas calma que sou um estranho inofensivo, sob controle. Ser normal me exige esforço equivalente ao de segurar um peido. Aguento o necessário, me libero assim que der.

Já fui pior, minha loucura era institucionalizada. Fui sócio-criador da Associação dos Faladores de Merda do Colégio (Afomc), na 5ª série. Nossa missão era produzir textos com o menor nexo possível. Uma das obras primas - que dariam inveja a qualquer Djavan - foi autoria de um amigo de verborragia nonsense. Era uma página sobre nada, apenas com frases desconexas. Só lembro do final: "...celenteradamente falando sobre cultura afro-asiática".

Achei por acaso essa obra prima da poesia modernista, cinco anos mais tarde, e quase tive um ataque epilético de tanto gargalhar. Mostrei pro colega mais risonho da turma, no Ensino Médio, e ele olhou com cara de "e daí" e só sorriu por educação.

Tá vendo, mãe? Parabéns de novo. O cara era filho único e não deu certo.

terça-feira, 14 de janeiro de 2014



Se o Faustão tivesse Facebook, ele sentiria orgulho da sabedoria que transmite do Domingão. A juventude brasileira desligou a TV aos domingos pra despejar merda na internet a semana toda.

O que já se teorizou sobre os rolezinhos dá impressão de que são compostos por teóricos do socialismo científico. Tipo o artista consagrado que solta um pum e é interpretado como um protesto contra floriculturas multinacionais.

Rolezinho é zoeira. Um multiplayer extended version 4.0 de se tocar a campainha e sair correndo. Zerar é rir da cara de assustado dos outros. Num país que pariu arrastões funciona que é uma beleza.

Interessante é que tem rolezinho todo dia no Shopping Castanheira e ninguém fala nada.

Deve ser divertido pra caramba participar. E uma tortura psicológica estar no outro lado. Os moleques deram cheque mate: ou os caras ignoram (deixam os consumidores apavorados, de vez em quando); ou agem de forma estabanada, como ocorreu. Uma reação era necessária, mas filtrar melanina na porta do shopping provavelmente não foi a melhor opção.



***

Também já dei meus rolês. Ainda criança, integrei o coral para o Caganalata. Ele era um sem-teto que usava o terreno baldio - vizinho ao meu prédio - pra esvaziar as entranhas intestinais. Legal que não fazia o cocô no mato; o cara se preocupava em acondicionar seu subproduto alimentar num recipiente metálico, daí o apelido. Só que, devido a nossa interrupção sonora (berros de "EI CAGANALAAATA!"), nem sempre seu o procedimento era concluído com êxito.

Como se já não bastasse a miséria, o coitado não tinha paz nem pra cagar. Se fosse hoje, então, a fabricação de torpedo dele estaria no Youtube. Mas a gente cresce e percebe que não precisa sacanear outros pra se divertir.

Seu sei que nessa idade ninguém é santo, mas o rolezinho pelo menos assusta barões. Já eu, carrego o sentimento de culpa de forçar o corte prematuro do rabo do macaco de um mendigo. 

Então, por favor me ajudem a achar o Caganalata. Compartilhem este post, vai que ele se deu bem e hoje tem Facebook.

Me ajudem a levar essa mensagem de carinho.

Caganalata, nós amamos você.

domingo, 12 de janeiro de 2014

No aniversário de Belém eu lembro de uma das cidades mais feias que já vi: Rio de Janeiro. O preibói que só anda pela Zona Sul já tá me achando doido. Mas manda ele passear pela parte de dentro da cidade. Vai ter vontade de baixar a calcinha da Elza Soares pra aliviar a vista.

Quando se fala de Rio de Janeiro, logo se pensa em paraíso, praias, mulheres semi-nuas correndo em câmera lenta. E uns tirinhos de fuzil viajando entre morros, também. Ou seja, oura propaganda.

Mas a verdade é que o Rio é um emaranhado de peças que não se encaixam, um Frankenstein. Alagamentos, assaltos, trânsito, morros e praias são o padrão. De vez em quando desce o estande do inferno e vira um caos. Tão Belém!

O Rio de Janeiro é uma Belém ao extremo. No nas belezas, nas agruras, no marketing. Se a gente tivesse um pingo dessa publicidade - e estrutura turística ao menos homeopática - Belém seria uma concorrente do Nordeste, uma Fortaleza Amazônica.

A gente não faz  nem o dever de casa mais básico, que é maquiar a cidade pra enganar uns turistas trouxas. Basta esconder a parte podre que as lindezas saltam à vista.

Se nem os gringos se agradam, que resta a nós, pobres moradores?

Falar mal de Belém

E visitar o Rio nas férias

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014



Reclamar do BBB dá tanto prazer quanto acompanhar BBB, aponta estudo. Mas pode ver que quase todo mundo que hoje desdenha do BBB já foi espectador assíduo de pelo menos uma edição.

Eu mesmo. Lembro nitidamente da euforia no começo e me apeguei aos nossos HERÓIS da segunda edição. A melhor até hoje foi a terceira, com o embate entre Alemão x Alberto, e um pano de fundo composto por Fani, Iris, Flavia e Natalia.

Continuei acompanhando de longe, com interesse decrescente, até a edição 11. Espiei tão pouco que nem consegui escolher um pra torcer. Só percebia quem era chato demais pra ganhar. Com o tempo, a figura mais insuportável da casa foi virando favorita. Cada palavra de Maria, a Louca, tinha o efeito de um coito interrompido, pra mim.

Exceto pela estética, Maria, a Louca, encarnava muito do que uma mulher precisa ter pra eu fugir na direção contrária. Num é possível que um cancro desse ganhe. E ganhou.

Meu tesão pelo BBB à época já tava meia bomba. Com mais esse golpe, não teria pílula azul que desse jeito. Vi minha mentalidade entrar em choque com a opinião pública. Não fazia mais sentido.

Além disso, saí da redação de jornal. As capas dos periódicos e os comerciais de TV eram quase toda minha fonte Big Brodeana. Hoje, o tema jaz no fundo do oceano da minha ignorância. Não sei, não quero saber e tenho raiva de quem sabe.

Mentira, num tenho raiva nada. Mas é que achei uma parada bem mais legal do que ver BBB: acompanhar as discussões cíclicas anuais entre defensores e detratores do programa. Funciona muito bem quando o debate do MMA (é esporte ou não?) perde o efeito.

Por exemplo agora.

#Partiu

ZZzzzzZZZZzzzzZZzzzzzz

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Esportistas sanguinários


Para antes de adormecer, recomendo a leitura de pessoas dizendo que MMA não é esporte. Porque esse tema me dá sono. Mas dei uma canelada em Morfeus para vir aqui humildemente pronunciar verdades irrefutáveis sobre o tema. Ê.

Bem, a tática de dizer que uma coisa que desgosto não se enquadra numa classificação maior é velha, reducionista, parcial e ignorante. É igual dizer:

- Tecnobrega não é musica

Há pouco mais de um século, quase todos os artistas falavam:

- Impressionismo não é arte.

Eu entendo que sua raiva seja tão grande que dizer "não gosto" não traduz toda a radioatividade que você carrega no útero. Mas, sei la, leia um livro de poesia do nosso Boca do Inferno, o Gregório de Matos. Ou use outra figura de linguagem que não o paradoxo. Porque essa sua lógica tá mais torta que umas canelas que já vi por aí.

Esportista atingido por tomate jogado pela torcida

MMA é esporte, segundo o Aurélio:

"Conjunto de exercícios físicos que se apresentam sob a forma de jogos individuais ou coletivos, cuja prática obedece a certas regras precisas e sem fim utilitário imediato; desporto: o esporte aperfeiçoa as qualidades físicas do homem"


Ai você diz "mas ah, esse não é o ~meu conceito~". Nesse caso, publique seu próprio dicionário.

MMA é muito violento, mas continua sendo esporte. Se não for, Jogos Mortais não é filme, Jackass nem se diga e o Tarantino é açougueiro. Normalmente, quem desclassifica MMA como esporte, também não gosta de Jogos Mortais, Jackass e Tarantino. Beleza.

MMA banaliza a violência? Sim. Um pouco mais que outros esportes como boxe, karatê e muai thay. A maioria dos espectadores vibra com sangue, mesmo. É a galera atraída por uma curiosidade pré-mórbida. Aquela mesma sensação de ir a uma feira de anatomia, achar horrível mas não querer ir embora.

Entendo quem acha feio UFC. Mas Happy Three Friends é bem pior. É um desenho animado com uns coelhinhos bonitos que sempre se dão mal. Terminam decapitados, dissecados, esquartejados, com sangue jorrando à Kill Bill. Happy Three Friends não é cartoon.

Sinta-se livre pra achar estúpido participar de MMA. Julgue moralmente. Diga que é um esporte horroroso de gente masoquista. Assine uma petição contra o canal Combate. Tudo bem. Mas vai continuar sendo esporte.





sábado, 28 de dezembro de 2013


Trabalhei sete anos no Liberal. Há dois anos, não pisava lá. Na época que me demiti, achei que seria uma amputação, um chute no saco. Que nada. Me senti livre como uma gazela saltitante aos pés do monte Hermon - ainda que mantida minha heterossexualidade intacta.

Enfim, foi libertador.

Durante o tempo ausente, não parava pra pensar sobre o assunto. Quando visitei a redação, um monte de lembranças e sentimentos represados caíram de uma vez.

Interessante como nada mudou, exceto pelo bebedouro, que hoje é mais elegante. Tem algumas caras novas, claro. A visita foi boa pra eu avaliar o tempo em que trabalhei lá. Foi sensacional. Redação é o melhor primeiro emprego possível. A gente aprende muito, se vê em situações escalafobéticas, entrevista doidos varridos, tem lições todo dia. Muito do que sou hoje, é mérito da redação. Como nem sou grandes coisas, imagina a merda que seria sem o Liberal, né?

Enquanto eu fazia a social com a galera, tive inevitável constatação: sete anos foi muito. Eu deveria ter saído antes.

Demorei por culpa da minha mente fraca na época. Eu achava que a circunstância tinha me jogado no impresso e dificilmente eu conseguiria mudar. Acabei me acomodando. Hoje, não me sinto mais vitima do acaso. Aprendi que quem vence na vida introduz um pinto no ânus do destino - metaforicamente falando, claro - e faz as coisas acontecerem.

Eu tava virando um funcionário publico. E hoje, que sou funcionário publico de fato, tô mais inquieto. Quero inventar, aprender outras coisas, mudar.

Resumindo, aprendi muito trabalhando no Liberal.

Mas aprendi mais ainda quando saí.

E já estamos trabalhando para que 2014 seja o ano mais maluco da minha história.

Agora confira comigo no replay a retrospectiva do Vai Filipe em O Liberal:

Passeando em Salinas 


 Pauta de comunidade
 Pauta nos furos de Icoaraci, atrás de argila
 Fazendo gols pelo time do Amazônia
 Dibrando todo mundo
 Lero lero com delegado
 Entrevistando celebridades
 Pausa para pose. Obrigado.
 Galera das antigas do Amazônia
 Maravilhosa matéria com base em boletim de ocorrência
 No fim do trabalho, a sagrada padaria.



terça-feira, 19 de novembro de 2013



É tipo a dança das cadeiras. Quando a música parou de tocar, todo mundo sentou, só PT ficou em pé. Como se o PT tivesse sido vítima de uma roleta russa. Todo mundo fazia as mesmas besteiras, mas calhou justamente de os petistas servirem de laranja na história.

É quase isso. A diferença é que o PT não se via como mais um partido. Fazia de tudo pra se proclamar o maior arauto da honestidade, o cavaleiro da pureza moral. Esse foi o problema.

Tipo a história do santarrão no meio de uma turma pra lá de promíscua. Enquanto a galera tá na suruba, beleza. Mas vai o crentão passar a mão na bunda de alguém... claro que a galera cai matando. Quanto mais você se auto proclama alguma coisa, mais os outros vão tentar achar brechas pra te desmentir.

Chega até a ser engraçado ver petistas procurando pelo em ovo, dizendo o Joaquim Barbosa é feio, foram cartas marcadas, um complô da mídia. Tipo um remista tentando se convencer de que o Paysandu é pior. Remo já foi melhor, hoje não é.

Em termos de futebol, esse paradoxo de argumentação nem incomoda tanto. Futebol é brincadeira. Só que, quando entra na política, o cara já fica parecendo esquizofrênico.

Petistas fingem não entender a razão de se admirar Joaquim Barbosa, depois da condenação de mensaleiros. É óbvio. Barbosão é petista, mas não colocou seu gosto político acima do seu senso de justiça. Votou no Lula e na Dilma, foi nomeado pelo Lula e não mostrou rabo preso com o partido que apoia. Isso deveria ser básico, corriqueiro, mas hoje é tão raro que até eu vou bem ali soltar uns fogos.

Voltei. Obrigado pela espera. Pois é, então se eu admiro a atitude do ministro, faço parecido com ele. Não é porque antipatizo com o PT que não posso reconhecer pontos positivos. E também não é por que gostei de uma atitude do Barbosão que eu vou ignorar as merdas que ele fizer.

Assim como a maior parte da população brasileira, eu tô empolgado com a prisão dos mensaleiros. Mas se isso não for só o primeiro de muitos passos pra se amputar muitos outros ratos de todos os outros partidos, a punição ao PT vai ter se tornado um dos maiores atos de corrupção da história.