sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014



As redes sociais são um Maçaranduba que sai na balada esbarrando nos outros. Logo alguém olha torto e rola a PORRADA. Nessa brincadeira, tem gente que apanha de graça. Mas convenhamos, tem uns que até merecem uns cascudos. Né, Sheherazade?

Aliás, esse sobrenome escroto devia ser amarrado pelado num poste. E levar peia junto com todo mundo que vibrou com as torturas do Bope no Tropa de Elite. Companheiro, você aprovou execução sumária, não venha virar casaca agora. Bem vindo ao time da Sheylaescangalhada, vista aqui essa blusa listrada.

Convenhamos, ela é muito corajosa de falar o que pensa. Duvido que você, seu medroso bunda mole, sendo âncora de jornal, teria peito de proferir uma merda de mesmo quilate.

O pior de tudo é que a doida nem escreve bem, pode ver. Ela só junta uns clichês estilo bate-papo de feira com uma pitada de polemiquismo. E aí serve tudo com essa cara de adolescente contrariada. Só que dessa vez, a tampa do saleiro do polemiquismo tava frouxa e caiu tudo de uma vez.

Aposto que boa parte do linchamento à Shehazarada vem porque ela é evangélica, com jeito de paty metidinha. Outra razão é que ela avacalhou com o PT dia sim dia não. A Sheratanga já deu opiniões pertinentes, mas sabe como é, um escorregão e agora se ela casar com o Rafinha Bastos todo mundo espera que o filho seja o Chucky.

Mesmo assim, entre prós e contras, não dá pra negar que o principal motor dessa avalanche contra a pobre é fruto de uma legítima defesa coletiva de uma sociedade sem jornalismo, contra um jornalismo de ignorância sem limite.



Pra ver a opinião dela clique aqui:

http://rachelsheherazade.blogspot.com.br/2014/02/adote-um-bandido.html

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Um pouco mais de CENTENÁRIO DO PAYSANDU




O Paysandu só não tá no fundo do poço porque já cavaram um pouco mais. Só que centenário não é dia de pensar nisso. Imagina o cara comemorar mais um ano de idade e todo mundo ficar lembrando que ele tem câncer da pleura? Sai dessa, cara.

Agora é dia de pensar no tempo em que o time parecia o Super Mário com estrelinha de invencibilidade. Não interessa se atualmente a gente morre encostando em qualquer tartaruguinha. Tudo bem, interessa sim. Mas não hoje.

Hoje o Paysandu é o segundo maior campeão estadual do Brasil. Campeão dos Campeões, da Copa Norte. Bicampeão da segundona. Só falta ser Supercampeão da Copa Yamada de Cuspe à Distância, mas agora não dá. Ouvi dizer que tem que esperar ampliar a sala de troféus pra poder ganhar mais campeonato.

Domingo o Papão deu de 6x0 na comemoração dos 100 anos e virou líder do Parazão. Mas pensando bem, deixa isso pra lá. Centenário é para se comemorar os cem anos e não o centésimo. Vamos pensar em chute do Iárley, em cabeceada do Robgol. E esquecer que o Milton Neves virou bicolor.

Ninguém vai ignorar as botafoguices recentes, mas deixa isso ali atrás da porta um instantinho. Hoje é dia de recordar o que faz cada bicolor encostar tranquilo a cabeça no travesseiro. O consolo é: nenhum clube em um raio de dois mil quilômetros já alcançou - e nem alcançará - glórias maiores.

Isso sim é centenário.

sábado, 1 de fevereiro de 2014




A SAUDAÇÃO AZULINA

Com sangue nos olhos, Roberval fechou a porta e girou a chave no carro. Ele adaptara o Voyage para viajar no tempo, motivado pela mais pura antítese do amor. O ódio era não contra um; mas muitos. Mais especificamente, os torcedores de uma coisa cujo nome não pode estar no mesmo texto que o de Roberval, sob pena de ele ter um ataque epilético-psicológico.

A viagem de teste fora um sucesso. Quer dizer, nem tanto. Não foi lá muito genial a ideia voltar a 2004, já que na época o adversário ainda estava em alta. Nada grave. Se o plano desse certo, nem haveria mais adversário.

Motor ligado, pé no acelerador, rastro em flashes e Roberval volta a janeiro de 1914. Ele guardou o carro num mato perto da Doca e pegou carona de carroça para visitar conselheiros do Norte Clube. Os caras estavam indignados por que o time havia perdido a chance de ser campeão paraense de 1913. Em uma atitude moderna - mas sem apoio da Unimed -, os dirigentes tentaram o tapetão naquele ano, e nada. De raiva, começaram a organizar um clube novo.

O plano de impedir isso deu certo mais rápido do que o imaginado. Os mais fracos de mente mudavam de ideia por qualquer lanterna; o meio chato ganhava um MP3 player; o mais cabeça dura não resistia a uma câmera Polaroid cuspindo imagens instantâneas. Em três dias, esvaziou-se o ímpeto dos que queriam fundar outro time.

Estava tudo certo pra dar errado. Ou tudo errado pra dar certo.

Só que, um dia antes da votação, Roberval parou pra meditar e ficou mufino. Lembrou as grandes vitórias nos clássicos. Pensou nos rebaixamentos do adversário. Uma nostalgia o dominou ao recordar o Mangueirão abarrotado com as duas torcidas se provocando. Tentou se imaginar xingando torcedores do Norte Clube. Muito sem graça. Quando se deu conta de que, sem o rival não há tabu, uma lágrima escorreu. Não podia perder o prazer dos 33 jogos, a maior glória do time.

Então ele salta da cadeira e vai atrás dos conselheiros subornados. De um a um, diz que é para votar, sim, pela criação de um clube novo. Os caras ficaram sem entender, assustados. Nada que um Macbook Air não resolvesse e a manipulação no sentido contrário deu certo. A votação terminou a favor do novo clube e a turma se reuniu dia 2 de fevereiro para a reunião inaugural.

Melancólico, Roberval entrou no carro e voltou a 2 de fevereiro 2014, já planejando a próxima viagem. Passou numa farmácia pra comprar o purgante que colocaria na bebida do Castor, quando voltasse a 1996. Entrou em casa em silêncio e levantou a tampa do notebook. Logou no Facebook e postou:

"Parabéns pelo centenário, Mucuras"